Para além do típico comentário “gostei muito” , algumas pessoas tiveram diversas reacções que variaram desde risos de satisfação ao comentar a “piada” de cenas específicas até pensamentos filosóficos sobre tudo o que é transitório nessa vida.
Para quem não conhecia esse texto de Eugène Ionesco - “pai” do Teatro do Absurdo juntamente com Samuel Beckett - houve uma surpresa devido o texto ser de uma fase mais realista e menos absurda do autor. É o texto mais niilista dele, ou seja, mostra um cepticismo relativamente aos valores tradicionais, a redução de tudo ao nada.
Falaram da caracterização, da transformação dos actores nas personagens, dos figurinos, dos sons, etc.
Ao observar as pessoas como um todo, senti-me vitorioso e feliz.
Uma letargia apoderou-se de mim. As vozes, que preenchiam o hall do teatro, distanciavam-se e senti-me pairar sobre o espaço. Eu via-me a mim e os outros enquanto deslocava-me entre os seres. Surpreso, concluí que eu ainda devia estar sob os efeitos das emoções da personagem. Um brinde chegou em boa hora e colocou-me novamente com os pés na realidade do momento.
Mais tarde, já em casa, afundei a cabeça no travesseiro e adormeci com um sorriso nos lábios... Missão cumprida.
Que venha o público!
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