sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Será "Osho" um caminho?



Muitas histórias são contadas, entretanto um texto que não cita fontes e nem referências está publicado na excelente enciclopédia pública "Wikipédia" e apresenta alguns dados sobre esse "Filósofo".

Artistas em geral, esotéricos e alguns mortais mais sensíveis que buscam o conhecimento de si, dizem-se felizes porque encontraram a "paz interior". Mas quem realmente foi Osho?

Rajneesh Chandra Mohan Jain (Índia, 11 de Dezembro de 1931 - 19 de Janeiro de 1990) foi o fundador de um movimento filosófico-religioso, primeiro na sua terra natal e mais tarde nos Estados Unidos da América. Durante a década de 1970 foi conhecido pelo nome de Bhagwan Shree Rajneesh e mais tarde como Osho.
Embora Rajneesh nunca tenha escrito nenhum livro, muitos foram publicados por transcrições de seus discursos e palestras, livros que até hoje fazem muito sucesso em muitos países, inclusive o Brasil, país que possui um pequeno mas muito ativo grupo de discípulos e simpatizantes, espalhados em muitos dos grandes centros e em algumas comunidades mais afastadas. Muitos desses discípulos exercem algum tipo de atividade terapêutica alternativa e divulgam suas principais meditações, como a chamada Meditação Dinâmica. Alguns técnicos dizem tratar-se de um exercício aeróbico que promove embriaguez por hiperventilação. Outros, com experiência pessoal nessa técnica, dizem que a hiperventilação não causa embriaguês, mas muita disposição física durante todo o dia; não é aconselhável deitar ou sentar-se após esta técnica, mas cuidar das atividades da vida.

Seus discípulos (Sannyasins) o apresentam como um grande contestador e libertador. Seu ensinamento, sem dúvida, enfatizava bastante a busca de liberdade pessoal e apresentava uma atitude mordaz em relação à tradição e à autoridade estabelecida. Entretanto, isso não é apresentado como uma rebeldia sem causa, mas como um transbordamento possível, vindo da meditação.

É uma figura extremamente polêmica. Em boa parte, porque ele próprio raramente procurava apaziguar ou evitar conflitos. Ele nunca foi um moralista, enfatizando sempre a consciência individual e a responsabilidade de cada um por si mesmo. As pessoas que o ouviam, gostavam muito do que ele contestava com consciência, mas não assimilavam.

Membros do seu grupo foram acusados de, deliberadamente, causar uma intoxicação com salmonelas na comunidade de Condado de Wasco (no Oregon), na seqüência de alegadas tentativas para obter vantagens nas eleições do condado. Os seus discípulos garantem que ele teria morrido por envenenamento de tálio radioativo, provocado na altura em que esteve preso, durante trinta dias, nos Estados Unidos, em 1985. Alguns órgãos da imprensa chegaram a divulgar que Osho teria morrido de Sida (Aids).

Nos EUA, respondeu por 35 acusações e foi condenado a dez anos de prisão com sursis. Foi expulso também da Grécia, foi rechaçado da Alemanha e da Espanha e só conseguiu entrar na Irlanda porque seu piloto alegou ter um doente a bordo. Sua secretária Sheela Birustiel-Silvermann (Ma Anad Sheela) foi extraditada da Alemanha, onde estava no cárcere em Bühl e foi condenada pelo tribunal federal de Portland (Oregon), em 1986, a quatro anos e meio de prisão por fraude e envenenamento alimentar. A investigação revelou que centenas de jovens mulheres teriam sido compelidas a aceitar uma operação de esterilização.

O pensamento de Rajneesh está exposto em mais de 1000 livros que podem elucidar sobre a sua filosofia. Segundo referem os seus admiradores, Osho não pretendia impor a sua visão pessoal nem estimular conflitos. Enfatizou, pelo contrário, a importância de se mergulhar no mais profundo silêncio, pois somente através da meditação se poderia atingir a verdade e o amor, guiada pela consciência individual, sem intermediários como sacerdotes, políticos, intelectuais ou ele mesmo. Transmitia, pois, uma mensagem optimista que apontava para um futuro onde a humanidade deixaria o plano da inconsciência e, por conseqüência, a destruição, o medo e o desamor, já que cada um seria o buda de si próprio, recordando aquilo que a consciência imediata esqueceu. Segundo esta visão, a humanidade parece-se a um conjunto de cegos guiados por outros cegos (imagem que também faz parte do ideário cristão). Os seus seguidores reconhecem-no como uma das figuras mais importantes da história da humanidade, sendo injustiçado pela humanidade ignorante. Todo o trabalho de Osho é de desconstrução e silêncio. Desconstrução de dogmas arcaicos e amarras psicológicas que aprisionam e limitam o ser humano. Segundo Osho, todo o planeta (com raras exceções) está doente. Mas é uma doença auto-imposta.

Liberdade é o fundamento de um homem auto-realizado e digno.

O Silêncio, por sua vez é a comunhão da criatura com sua essência divina e pura. O silêncio é re-encontrado pela meditação, onde o homem experimenta seu verdadeiro ser.

Os seus discípulos garantem que, depois de expulso dos Estados Unidos da América, Osho não conseguiu qualquer visto para permanência nos países que visitou após o incidente, devido a pressões norte-americanas. De facto, nenhuma das acusações feitas têm consistência objectiva - fruto apenas do temor e ódio das instituições representadas pelo governo norte-americano, referem os seus discípulos.

Deixou o seguinte epitáfio: "OSHO.. Nunca nasceu...nunca morreu...apenas visitou este planeta Terra entre 1931 e 1990".

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Mudanças na ortografia da Língua Portuguesa a partir de Janeiro de 2008

A partir de janeiro de 2008, Brasil, Portugal e os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste - terão a ortografia unificada.

O português é a terceira língua ocidental mais falada, após o inglês e o espanhol. A corrência de ter duas ortografias atrapalha a divulgação do idioma e a sua prática em eventos internacionais.

Sua unificação, no entanto, facilitará a definição de critérios para exames e certificados para estrangeiros. Com as modificações propostas no acordo, calcula-se que 1,6% do vocabulário de Portugal seja modificado. No Brasil, a mudança será bem menor: 0,45% das palavras terão a escrita alterada. Mas apesar das mudanças ortográficas, serão conservadas as pronúncias típicas de cada país.

Resumindo: o que muda na ortografia em 2008:

- As paroxítonas terminadas em "o" duplo, por exemplo, não terão mais acento circunflexo. Ao invés de "abençôo", "enjôo" ou "vôo", os brasileiros terão que escrever "abençoo", "enjoo" e "voo".

- Mudam-se as normas para o uso do hífen.

- Não se usará mais o acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e seus decorrentes, ficando correta a grafia "creem", "deem", "leem" e "veem".

- Criação de alguns casos de dupla grafia para fazer diferenciação, como o uso do acento agudo na primeira pessoa do plural do pretérito perfeito dos verbos da primeira conjugação, tais como "louvámos" em oposição a "louvamos" e "amámos" em oposição a "amamos".

- O trema desaparece completamente. Estará correto escrever "linguiça", "sequência", "frequência" e "quinquênio" ao invés de lingüiça, seqüência, freqüência e qüinqüênio.

- O alfabeto deixa de ter 23 letras para ter 26, com a incorporação de "k", "w" e "y".

- O acento deixará de ser usado para diferenciar "pára" (verbo) de "para" (preposição).

- Haverá eliminação do acento agudo nos ditongos abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas, como "assembléia", "idéia", "heróica" e "jibóia". O certo será assembleia, ideia, heroica e jiboia.

- Em Portugal, desaparecem da língua escrita o "c" e o "p" nas palavras onde ele não é pronunciado, como em "acção", "acto", "adopção" e "baptismo". O certo será ação, ato, adoção e batismo.

- Também em Portugal elimina-se o "h" inicial de algumas palavras, como em "húmido", que passará a ser grafado como no Brasil: "úmido".

- Portugal mantém o acento agudo no "e" e no "o" tônicos que antecedem m ou n, enquanto o Brasil continua a usar circunflexo nessas palavras: académico/acadêmico, génio/gênio, fenómeno/fenômeno, bónus/bônus.


Fontes: Revista Isto É, Folha de São Paulo e Agência Lusa.




terça-feira, 9 de outubro de 2007

Disturbios

Disturbio da Leitura e da Escrita

Também chamada de Dislexia, a despeito de muitos estudiosos abominarem o termo, é a dificuldade exacerbada para aprender a ler normalmente, apesar da ausência de alterações sensorioperceptivas, neurológicas e/ou intelectuais. Por conseguinte a escrita também é afectada, chegando a ser rejeitada pela criança que pode apresentar conduta de ansiedade neurótica. O tratamento é multidisciplinar e os profissionais devem estabelecer limites de actuação, para que não haja linhas de acção redundantes.


Disturbio de Aprendizagem

É o transtorno global da aprendizagem, onde há intercorrências na aprendizagem não só da leitura (dislexia) e da escrita (disgrafia), como também do cálculo (discalculia), ortografia (disortografia) e de outras “dis”.
Geralmente há alteração neuropsicomotora associada, embora os exames médicos de rotina possam estar dentro dos padrões de normalidade. Uma detalhada anamnese fará a diferença para o diagnóstico diferencial, uma vez que é comum o relato de alterações ao longo do desenvolvimento da criança.



Disortografia

Espera-se que ao terminar a primária, uma criança já faça uso da escrita de forma adequada. Para tanto, deve ter conhecimento de todos os símbolos gráficos que representam os sons falados; deve ter entendido a relação existente entre linguagem escrita e linguagem falada; deve saber juntar os símbolos gráficos para formar unidades linguísticas com sentido e usar correctamente a pontuação. No entanto, nem todas as crianças têm facilidade em aprender a usar os processos gráficos para representarem a linguagem oral. Geralmente, estas crianças são classificadas de disortográficas.

Ao se falar em disortografia, três critérios devem ser levados em consideração: o nível de escolaridade, a frequência e os tipos de erros. Estes critérios permitem a realização do diagnóstico de uma criança disortográfica de forma objetiva e concreta, pois nem todas as crianças que apresentam dificuldades para escrever correctamente a língua falada, podem ser chamadas de disortográficas.

No processo de escolaridade, a ocorrência de trocas ortográficas é esperada dependendo do ano de escolaridade em que a criança se encontra. Assim, no 1º ano, é esperado que a criança apresente uma grande quantidade e variedade de trocas entre letras porque a relação entre palavra impressa e som, ainda não está totalmente automatizada. Da mesma forma, no 2º ano é aceitável que uma criança cometa erros quando escreve palavras como “necessidade”, “sucesso”, “excelência".

O outro critério que deve merecer atenção para o diagnóstico da disortografia é a frequência das palavras que têm menos uso. Fica claro, portanto, que avaliar a ortografia de uma criança usando-se palavras que não estão inseridas em seu vocabulário ambiental, é incorrer num erro, pois não se pode esperar que a criança escreva correctamente uma palavra que não conhece graficamente, nem compreende seu significado.

Já a variável “tipo de erros”, vai permitir que se realize a classificação das trocas ortográficas em níveis que obedecem às dificuldades ortográficas existentes na linguagem escrita. Neste sentido, um determinado erro pode ter valor maior e merecer mais atenção do que outro erro.

Enquanto a fala compreende capacidades auditivas e uma função expressiva auditiva, a leitura engloba capacidades expressivo-visuais além de função receptiva e expressiva visual. Leitura é a associação de símbolos visuais com os sons vocais, utilizando-os de modo a evocar os significados já estabelecidos. Consiste de uma série de habilidades cognitivas e perceptolinguísticas. Ortografia é a evocação das imagens visuais dos grafemas (cada um dos símbolos gráficos que representam as unidades da palavra escrita) que se há de escrever, através de impulsos cinestésicos (cinestesia: sensibilidade aos movimentos) das articulações e tensões dos dedos, da mão dominante. Leitura e ortografia estão, intimamente, relacionados porque têm muitas habilidades em comum. Os sistemas verbais possuem predomínio auditivo ou visual. Dentre os distúrbios na aprendizagem da linguagem oral e escrita, temos a dislexia e/ou a disortografia. Convém que, na reeducação dos distúrbios relacionados à aprendizagem da linguagem oral e/ou escrita, se dê ênfase à atenção, à percepção e à discriminação visual/auditiva, devido às falhas de discriminação comuns nesses distúrbios. Entretanto, não é válido que se proceda simplesmente a tais exercícios, sem que se verifique se o paciente apresenta algum distúrbio oromiofuncional, cuja incidência é muito frequente. É necessário que se proporcione o restabelecimento no equilíbrio das forças musculares intra e peri-oral, porque haverá uma sensível melhora na acuidade auditiva do paciente disléxico disortográfico e, por conseguinte, em sua linguagem, tanto oral, quanto escrita.

Retardo de Aquisição da Linguagem


Também denominado “Atraso de Linguagem” / “Disturbio do Desenvolvimento da Linguagem”, é uma das patologias fonoaudiológicas de mais fácil diagnóstico e de tratamento bastante complexo. Há um visível desacordo entre a idade cronológica e a idade linguística da criança, onde os aspectos fonológicos, semânticos e morfosintáticos estão igualmente alterados. Este desnível, por si só, é suficiente para diagnosticar o distúrbio. Já o tratamento é complicado dada a abstração do objecto de intervenção: a linguagem infantil. Outro factor que agrava o quadro é a insistência de muitos pediatras em orientar a família a esperar, como se a espera resultasse em normalização. Em geral o resultado desta orientação equivocada é desastrosa, já que resultados rápidos e efectivos dependem do tratamento o mais precoce possível.
Copyright © 2007 by MarcoARMascarenhas

Apontamentos sobre Dislalias (dificuldade em articular palavras)


Eis um bom livro para professores que pretendem ajudar os alunos com dificuldades em articular palavras. Com excelentes exercícios... Recomendo.


DISLALIAS
As dislalias são defeitos de articulação na emissão das consoantes; podem ser de origem congénita, mecânica ou psíquica e resultam de anomalias de órgãos bucais, de má implantação dentária, de vícios adquiridos na infância ou ainda de causas nervosas ou mesológicas.

Dislalias Orgânicas: labial, dental, lingual, palatal, nasal (rinolalia serrada, rinolalia aberta, rinolalia mista).
Dislalias Audiógenas: bilinguismo, surdez post-locutiva, hipoacusia pré-locutiva.

Dislalias Funcionais:
Sigmatismo - Defeitos na emissão do S ou Ç. Pode ser interdental quando a língua coloca-se entre os dentes incisivos (ceceio); lateral se a língua dirige o sopro para os lados; multilocular se o sopro toma a direcção de diversos espaços interdentários.

Betacismo: - Troca de /B/ por /V/ ou /P/.

Deltacismo:- Troca de /T/ por /D/ ou vice-versa.

Gamacismo: Troca de /G/, /Q/ ou /K/ por /T/, /J/ ou /P/.

Lambdacismo: Troca de /L/ por /N/, /T/, /J/, ou, /R/ brando.

Jotacismo: Troca de /J/ por /GH/, /Z/, ou /I/.

Rotacismo: Defeitos na emissão do /R/; rotacismo posterior quando vibra a base da língua; rascado quando é demasiado gutural. Algumas vezes é substituído por /N/ aspirado e pode dar-se também a troca por /L/, /N/, /T/, /S/, ou /RS/.

Chinonismo: Omissão do /R/.

Hotentotismo: Alteração geral ou acumulação de Dislalias, tornando a linguagem incompreensível.

A correcção das dislalias é fácil, desde que haja cooperação do aluno/paciente que deve observar, com o auxilio de um espelho, a posição correcta dos órgãos móveis: língua, lábios, palato mole durante a emissão das consoantes, imitando o mestre, que lhe mostra como deve ser a articulação exacta.