terça-feira, 13 de novembro de 2007

O que é "Cénico" e as "Artes Cénicas"





Tudo o que um ser humano faz ou pode fazer, diante de uma plateia ou mesmo diante dos amigos próximos, no seu quotidiano é cénico.

As Artes Cénicas são o conjunto das artes performativas onde podemos estudar tudo o que é cénico dentro de padrões estéticos determinados por signos específicos que caracterizam escolas e movimentos artísticos como por exemplo: o Simbolismo, o Naturalismo, o Surrealismo, etc. Enfim, todos os "ismos" de que hoje temos conhecimento, os quais podem ser bem ou mal utilizados - depende do nível de conhecimento de quem os utiliza - no Teatro, no Cinema, na TV e até no Balet através do corpo; com recursos técnicos como luzes, sons, músicas, cenários, figurinos e adereços de cena dos mais primários até os mais sofisticados, tudo em prol da comunicação imediata de ideias, pensamentos e imagens que podem ou não influenciar o público alvo, depende sempre do "saber como" comunicar.

Quando um padre celebra uma missa, um actor interpreta uma personagem, um político discursa, todos estão a fazer algo cénico diante de um público específico. Esses comunicadores estudam ou pelo menos deveriam estudar - salvo excepções que utilizam uma espécie de “instinto nato” ou “dom” para falar em público - a melhor forma de comunicar aos ouvintes suas ideias.

As pessoas podem ser treinadas ou ensaiadas - pelo menos deveriam ser na grande maioria dos casos - para buscar as melhores formas de chamar a atenção de uma assistência.

O bom comunicador/artista deve saber transmitir suas ideias com clareza e veemência, as quais devem estar inseridas na linguagem estética escolhida para o efeito.

Hoje, no teatro, no cinema e nas novelas da TV, a interpretação dos actores é feita de forma naturalista/realista, ou seja, o actor deve acreditar na realidade da vida da personagem, deve ter fé cénica suficiente para dar credibilidade às emoções que “fabrica” diante do público. Essa forma de interpretar surge com grande força nos finais do século XIX, com um grande nome que até hoje ecoa nos ouvidos dos actores: Constantin Stanislavski, um afortunado teatrólogo que, valendo-se da psicologia, desenvolveu um método para o actor criar uma personagem.
É claro que antes de Stanislavski, já havia uma preocupação com a forma de interpretação dos actores. A exemplo disso, temos no século XVIII, um filósofo, crítico de teatro e teatrólogo chamado Denis Diderot que no seu “Paradoxo do Comediante” já questionava se um actor deve sentir verdadeiramente uma personagem ou fingir de um modo cerebral, ou seja actuar de uma forma técnica, fingir as emoções.

O “método de Stanislavski” tornou-se a base para a interpretação de uma personagem a ser seguida por todos os actores, mesmo trabalhando com outras linguagens, formas ou metodologias desenvolvidas por Kusnet
[1], Meyerhold[2], Brecht[3], Grotowski[4], Barba[5] ou Brook[6].
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1] Eugênio Chamanski Kuznetsov (Rússia 1898 - São Paulo SP 1975). Mais destacado ator de formação stanislavskiana no teatro brasileiro, criador de papéis marcantes e emérito professor de uma geração de atores nos anos 60 e 70.
[2] Vsevolod Emilevich Meyerhold (Penza Russia 28 janeiro de 1874 - 2 de fevereiro de 1940). Nome artístico de Karl Kazimir Theodor Meyerhold, conhecido apenas por Meyerhold, um grande ator de teatro e um dos mais importantes diretores e teóricos de teatro da primeira metade do século vinte.
[3] Bertolt Brecht (Augsburg, 10 de Fevereiro de 1898Berlim, 14 de Agosto de 1956) foi um influente dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX.
[4] Jerzy Grotowski (Rzeszów, 11 de agosto de 1933Pontedera, 14 de janeiro de 1999) foi um diretor de teatro polonês e figura central no teatro do século XX, principalmente no teatro experimental ou de vanguarda.
[5] Eugenio Barba (Brindisi, 29 de outubro de 1936) é um diretor de teatro italiano e figura central no teatro mundial, fundador e diretor do Odin Teatret em 1964, uma companhia fundada em Oslo, na Noruega que se muda para Holstebro, em 1966, Dinamarca, uma cidade que tinha à época 18 mil habitantes.
[6] Peter Stephen Paul Brook (Londres, 21 de março de 1925) é diretor de teatro e cinema britânico. Estudou em Oxford.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Uma Longa Despedida

Lembro-me de quando eu era criança, tu trazias-me ao colo. Os teus poderosos braços com garras de aço acolhiam-me confortavelmente. Eu estava seguro no teu calor.
De vez em quando as tuas ausências faziam-se presentes, mas ao cair da noite, quando estavas connosco, lembro-me de sentar contigo na tua imensa poltrona e assistir TV abraçado a ti. Eu deixava-me dormir. Claro, nada era possível sem antes já estar com os dentes devidamente lavados, banho tomado com um perfume agradavelmente quente do talco, o pijama macio e cheiroso, certificado pela Dona da Casa, minha amada mãe, linda mulher, dedicada a ti e aos filhos por completo.

Que linda família, conseguiste meu pai.
Que Deus te abençoe e ilumine teu espírito, pelas vidas em vida que já tiveste... Não importa quantas, nesta vida, viveste como pôde, deste o teu melhor.

Depois que eu adormecia ou fingia estar a dormir, carregavas-me nos teus braços e colocavas-me suavemente na cama. Na manhã seguinte, às 6:30 da manhã já estávamos acordados. Começava a rotina da família. Todos prontos. Tarefas estabelecidas. Decidia-se o cardápio do almoço... Enquanto isso, eu tomava o pequeno almoço e ouvia a agitação... Poucas vezes dei sugestões, pois os pratos eram impecáveis. Minha mãe geria tudo com precisão e com um lindo sorriso que iluminava o dia para toda gente da casa. Ela vestia um longo e discreto robe de chambre até os pés, de variada estampa, mas sempre muito suave, calçava “chinelas-tamancos” altas e confortáveis. Sem maquilhagem. Eu sabia que só voltaria vê-la na hora do almoço com outra indumentária, e depois no fim do dia, no teu regresso à casa, ela estava arranjada como uma linda rainha para a chegada do seu Rei...
Tudo para ti meu pai.

Contigo não foram muitos pequenos almoços, mas quando eles aconteciam, aconteciam de forma especial.

Uma fiel assistente da minha mãe servia-nos e quase no fim da refeição, tu chegavas. Poucas palavras, mas atento a tudo. Carregado de sabedoria. E então? A Escola? Perguntavas do cimo da tua altivez. Indagavas sobre o meu desempenho, provas, testes, etc. Eu sabia, tu querias resultados. Através do olhar forte e seguro de um lutador, fazias-nos compreender, eu e meus irmãos, que a nossa obrigação era estudar. Entretanto, não era costume ensinar-nos ou ajudar-nos nas tarefas da escola, mas se necessário, contratavas professores explicadores para nos orientar. Nós tínhamos de nos aplicar e tu cobravas resultados. Nós lutávamos por um bom prémio nas ocasiões especiais. Presentes para além das datas comemorativas foram raros, com excepção de produtos de desgaste como roupas, calçados, etc.

Por outro lado, soubeste fazer dos momentos de lazer, momentos familiares únicos.
Lembro-me dos Natais quando, os tios, as tias, os primos, a nossa “Vó América”, a irmã dela “Tia Itinha” (Maria Antonieta, nome forte), a Tia Joana, irmã da mãe e o Tio Zé, praticamente toda a família passava connosco. Nesses Natais a casa ficava cheia de vida, alegre. Eu, meus irmãos, meus primos e primas brincávamos pelos jardins e quintais, nos molhávamos no repuxo do chafariz, nos embalávamos nos baloiços e gangorras, observávamos os empregados a lidarem com os animais, principalmente na hora em que eram alimentados ou observávamos de longe quando os matavam para os banquetes. Nós nos perdíamos entre plantas e árvores, fazíamos cabanas com galhos e folhas de bananeiras, subíamos nas árvores. Numa delas, uma antiga e frondosa nespereira, tínhamos uma casa rústica, construída pelo meu irmão mais velho, onde os “mais novos” tinham de explorar às escondidas. Surgiam inevitáveis brigas entre nós que eram devidamente resolvidas pelo “Conselho dos mais Velhos”. De vez em quando algum castigo tinha de ser aplicado, mas tudo acabava bem e a lição servia para todos. Na sala de jantar, num plano mais alto, ficava a imensa árvore de Natal prateada que cintilava enfeitada com bolas da mesma cor, um azul intenso e brilhante. Eu, os mais velhos e os mais jovens, ficávamos excitados só de pensar na Noite de Natal, mal podíamos esperar pelos presentes. Na véspera de Natal a ceia era servida às 22 horas. Algumas tias, alguns primos e eu íamos à Missa do Galo acompanhando a Vó América. Na Igreja, sentávamos no banco da frente, no lugar da família. Eu acabava por assumir o sono que sentia e dormitava encostado no ombro da Vó, mas acordava todas as vezes que tinha-me de levantar em sinal de respeito ao ritual. Mas o mais importante era receber, no fim, a benção do padre. Voltávamos excitados a pensar nos presentes, mas o cansaço da agitação impedia-nos de continuar e íamos dormir a pensar quando o “Velhinho das Brancas Barbas” apareceria. Antes de fechar os olhos eu olhava pela janela o céu estrelado a imaginá-lo a cruzar os céus, sempre ajudado por uma tia, depois a mãe chegava para desejar bons sonhos. Na manhã seguinte a árvore estava cheia de pacotes devidamente identificados. Todos, adultos e crianças, recebiam presentes. A alegria instalava-se.
Chegávamos a ser mais de vinte cinco pessoas a conviver pelo menos durante uns dez dias, pois a seguir ao Natal vinha a festa do Reveillon.

É pai, proporcionaste-nos tudo.

E as viagens?
Lembro-me de quando íamos de férias para a casa da praia tipo “Família Feliz”.
Chegávamos e instalávamo-nos excitados com a ideia de tomar um banho de mar para tirar a “ziquisira”, termo usado pela família que não sei de onde surgiu, mas que significa banhar o corpo e a alma com a água do mar eliminando tudo de ruim.
Ah... Boas lembranças.
Também lembro-me das refeições. Na praia tínhamos de comer peixe, então os pratos variavam de grandes “carangueijadas” até aos camarões de diferentes espécies e tamanhos. Sem esquecer dos peixes que eram pescados, principalmente pelo meu irmão mais novo. É claro que, como bons carnívoros que somos, um churrasco também sempre era bem vindo.
A areia, o sol, a água, o futebol que todos jogavam, os passeios de barco, os espectáculos únicos do ocaso... Tudo, proporcionaste-nos tudo com a tua luta, com o teu sucesso...

É, meu pai, conseguiste marcar presença na vida de todos os que te cercavam.

A tua vida seguiu num curso certo, objectivo, às vezes exactamente como tu querias, outras vezes nem por isso. Sei que querias que eu seguisse outra carreira, outro modo de vida. Tu bem sabes que tentei, esforcei-me ao máximo e quando fraquejei tu estavas presente, ajudaste-me a levantar e seguir em frente. Fiz escolhas, nem sempre as mais dignas do teu ponto de vista, mas as melhores para a minha maneira de ser e ver as coisas. Então, a partir daí, abriste, finalmente rendido, os teus poderosos braços com garras de aço e finalmente pude bater minhas próprias asas e voar livre. Tu estavas atento, mas deixaste-me viver o meu sonho. Avisaste-me “É tudo fantasia”. Mas hoje entendo que deve ser assim mesmo, nós somos o resultado do que desejamos, do que cremos, do que sonhamos.

De repente, num inevitável dia, tudo escureceu.
O mal alastrou-se silenciosamente e fez-se presente.
A luta pela vida.
A eminência da prova que todo ser humano tem de passar.
A busca de respostas.
O medo a apoderar-se de nós.
A aceitação sem ser aceita.
O início da longa e dorida despedida...
Lembras-te? Passamos quarenta e cinco dias juntos.
Foram quarenta e cinco dias de um diálogo lúcido. Com boas gargalhadas. Boa comida. Bavaroise de Natas... Tu gostavas disso, ainda hoje quando faço uma lembro-me de ti. E o ensopado de borrego? Lembro-me desse dia, de que era tarde da noite quando ceámos e tivemos de ficar acordados longas horas a conversar para fazer a digestão. Tu gostavas que eu preparasse as refeições. Tu dizias-me para eu abrir um restaurante, que eu possuo o “dom” dos gourmets... Sim meu pai, eu sei, estejas descansado, ainda não descartei essa possibilidade.


O fim daqueles dias chegou, eu tinha de regressar aos meus compromissos, o mundo continuava a girar, o mundo que eu criei estava a chamar por mim. Nesse dia, tu estavas na varanda da nossa casa sentado na cadeira de rodas com o olhar distante, as minhas malas já estavam no carro que aguardava para levar-me ao aeroporto. Despedi-me de ti com um carinhoso, forte e longo abraço, sempre com cuidado devido a tua fragilidade física, e dei-te um beijo. havia lágrimas nos nossos olhos. Disse-te para te cuidares, para manteres as forças, para continuares a lutar e que da próxima vez eu queria ver-te andar novamente. Sorriste-me e disseste-me: “Qualquer coisa, grite”. Nesse momento eu senti e tu também sentiste, mas não falamos, no fundo sabíamos que não nos voltaríamos a ver nesta vida. Desci os degraus até o portão da entrada do jardim, de lá acenei num último beijo de adeus.

O tempo passou, falávamos por telefone. Havia dias que tínhamos assuntos variados para falar, mas havia outros dias que não tínhamos assunto, entretanto ligávamos só para ouvir a voz um do outro.

Um ano e sete meses depois, o dia da partida sem regresso chegou. Era um Domingo e por ironia do destino comemorava-se o dia dos pais no Brasil. Logo pela manhã, recebi uma ligação. A voz da mãe estava sombria, mas segura. O fim de um ciclo se aproximava.
A palavra Hospital ecoou na minha mente de forma pesada. Tu tinhas sido levado...
Tentei falar contigo, era impossível. Meus irmãos estavam contigo. Meu irmão mais novo falou por ti, apesar do medo, havia uma fraca esperança na voz dele. Pensei: tu estavas a partir! E agora? Ainda lá estavas, eu sabia, mas sentia o adeus eminente.
Terminei a chamada completamente impotente. Esperei...

Enquanto esperava, eu ouvia as imagens que tomavam forma na minha mente.
Dei conta de que havíamos falado no dia anterior e que aquela foi a nossa última conversa, levámos mais de uma hora ao telefone. Falámos da família, de ti, de mim, nos planos para a minha próxima visita, no perfume que querias que eu levasse, e com amor nos despedimos num riso sincero... “Se precisar de qualquer coisa, grite!” Deste-me a deixa comum dos finais das nossas conversas por telefone.

E agora meu pai, para quem vou “gritar”?
Nesse obscuro momento de espera sentia-me como se o meu corpo pairasse num outro plano. A Inacção foi total.
Tinha de ir ter contigo. A espera tornou-se difícil, eu estava longe e o próximo voo só saía na manhã do dia seguinte. Sem alternativas, impotente eu tive de esperar.

As imagens do passado voltavam.
As escolhas que fiz. Nossas discussões, nossas verdades, nossas alegrias, nossa família... Meu Deus, o que eu estava a fazer aqui, tão longe? Em nome de quê? E para quê?
As imagens pululavam na minha mente...

O tempo parou. Meu corpo tremeu, senti um frio percorrer a minha espinha que desembocou numa sensação de vácuo no estômago. Só ouvi o barulho seco de uma porcelana que espatifa-se no chão ecoar pelo espaço. Instintivamente olhei as horas, eram 21:30 (hora de Lisboa)... O telefone tocou, desloquei-me até ele como se meus pés se afundassem num areal. Do outro lado da linha minha mãe, com um tom incomum na voz, sério, compenetrado e verdadeiro disse-me: “Teu pai acabou de falecer...”

Silêncio...
A dor enraizou-se como uma teia finamente tecida.
Aconteceu... A espera finalmente tinha terminado.
Não deu tempo! Pensava eu, perturbado pela emoção. Não deu tempo de tu veres o meu sucesso! Não deu tempo...
Eu queria que sentisses orgulho de mim, eu queria que tu olhasses para tudo o que fiz pensando em ti, mas partiste! Eu precisava provar que também era capaz...
Eu zanguei-me contigo e descobri-me zangado comigo mesmo.
Partiste... Partiste...

Na manhã seguinte, finalmente apanhei o avião.
Durante a viagem descobri que não chegaria a tempo de ver-te deitado no teu derradeiro leito.
Quando cheguei, já era noite e os rituais já haviam terminado. Na derradeira “morada-homenagem” procurei por ti e não te encontrei. Acabei por descobrir-te em pensamento.

Missão cumprida meu pai, conseguiste.
Tiraste da vida tudo o que ela pôde proporcionar. Foste feliz e infeliz, amaste e odiaste, lutaste por ti até o fim. E, com tudo isso, bem ou mal, deixaste-nos preparados. Acabaste por ensinar-nos a sermos mais resistentes. E com a mãe aprendemos, tu também aprendeste muito com ela, a levantar a cabeça e continuar com o olhar em frente com força.
Conseguiste...

Não me entrego, por mais que me castigue a vida,
por mais que a dor me doa,
teimo em seguir meu rumo,
como um barco
que a cada onda mais alta
ergue ainda mais a proa.
E avança, e esgrime o mar,
o vento, os temporais,
em desatino,
a chegar... ou a soçobrar, mas sem fugir jamais
ao seu destino.
(J. G. Araújo Jorge
[1])

Conseguiste.
Eu agradeço ao Universo ter tido a honra de fazer parte da tua história. Nossa história.
Tudo passa tão rápido e só nos damos conta da dimensão finita da vida nesse momento da despedida.
Teu legado, meu pai, é o amor que tinhas pela vida.
Como a frase que tenho escrita num “pim” colado à porta do frigorífico cá em casa, oferecido por uma amiga, que traz a imagem de um belo e gordo cacho de uvas:
- A vida é muito curta para se beber mau vinho.

Com amor
Teu filho



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[1] Nasceu em 20 de maio de 1914, na Vila de Tarauacá, Estado do Acre. Filho de Salvador Augusto de Araújo Jorge e Zilda Tinoco de Araujo Jorge. Faleceu em 27 de Janeiro de 1987.
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